O Embuste
"Digam-me lá onde é que Paulo Portas teve a sua Estrada de Damasco liberal, intelectual, competencial ou funcional, porque, sinceramente, não a consigo enxergar... Este não é o emergir, muito menos o regresso, de nenhuma "direita liberal" mas sim o reaparecimento da velhíssima direita conservadora que nunca saiu daqui, nunca se reciclou nem conseguiu, sequer, perceber essa indesmentível precisão. E, falar de «... ousadia golpe de asa e irreverência...» a propósito de gente que já nasceu irremediavelmente velha, acomodada e que nem sonha em poder mudar, confesso, até me pareceria risível se não fosse trágico." - CAA no Blasfémias.
Este naco de prosa de excelência devia ser fotocopiado e enviado por fax a boa parte da nossa comunicação social que, para pasmo, continua reverente ao Paulo Portas. Algo que não entendo. Ou por outra, entendo. São ainda efeitos, mesmo que indirectos, de uma indisfarçável "defesa de grupo profissional" que nem se justifica nem tão pouco é correcta.
Portas, ao longo dos anos, como foi exemplarmente relembrado nas discussões sobre o referendo na blogosfera, já defendeu tudo e o seu contrário. Já foi liberal e conservador, de extrema-direita e centrista, anti-europeísta e fervoroso europeísta, irreverente e respeitável (aqueles fatinhos de Ministro ficavam a matar), Monteirista e anti-monteirista, cavaquista e anti-cavaquista e novamente cavaquista. Em suma, o maior malabarista da moderna política portuguesa.
O douto Portas, o Paulo, é um verdadeiro embuste!
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