domingo, 15 de julho de 2007

Músicas de Julho

Aqui ficam as dicas deste mês (com a desculpa pelo atraso):

1. My Brightest Diamond - "Bring Me The Workhorse"
2. Low - "Drums and Guns"
3. Peter Von Poehl - "Going To Where The Tea Trees Are"
4. Neil Young - "Greatest Hits"

Isto é só o começo...


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quarta-feira, 11 de julho de 2007

O regresso da Censura

Há artigos que não basta citar. É preciso publicar na íntegra. Pela sua actualidade, qualidade e superior acutilância. Este é um deles. É de Baptista-Bastos, no DN de hoje. Aqui fica:





Baptista-Bastos
Escritor e Jornalista

Enquanto os candidatos à Câmara de Lisboa se entretêm, amenamente, com chamar-se, uns aos outros, de mentirosos, velhacos e ignorantes, o nosso querido primeiro-ministro é apupado no estádio da Luz. Neste país parece que ninguém gosta de ninguém, e as interpretações torcidas que, de hábito, se fazem destas manifestações sentimentais tendem a considerá-las como "normais em democracia". Na verdade, elas não são, somente, uma necessidade de ordem psicológica e uma representação da incomodidade geral: afirmam a separação absoluta entre dois países no interior de um só.

A confusão entre Estado e indivíduo, singularidade e colectividade, massa e cidadão é propícia à classe dirigente. Alguns afáveis intelectuais pensaram (creio que ainda pensam, se é que pensam) vogar no rumo certo da História e têm apoiado, com sistemático enternecimento, o "socialismo moderno". Em Portugal, esta misteriosa designação tem, actualmente, um visível paladino, José Sócrates, epígono do socialismo de turíbulo, defendido com doçura pelo inesquecível António Guterres.

Ora, em dois anos de "socialismo moderno" acentuou--se a separação entre nós e eles, entre o espírito da História e uma História sem espírito. Duas linguagens diferentes e incompatíveis, cada vez mais contaminadas pelo ódio e pela indiferença, pelo desdém e pela resignação. O novo Estatuto do Jornalista, caucionado por deputados servis, assinala, uma vez ainda, as características destes "socialistas", cujo elevado défice democrático, intelectual, moral, social e cultural causa-nos as maiores preocupações. Subordinar a livre expressão aos critérios de uma decisão que se sobrepõe aos princípios fundamentais da democracia constitui o mais grave atentado, registado depois de Abril, contra a liberdade de informação. Não se trata de uma questão corporativa: é um problema vital.

Está em causa uma normatividade que pretende coagir os jornalistas ao temor e à reverência, e que tende a relegar a liberdade de Imprensa para a lista dos produtos supérfluos. A Conferência Episcopal protesta, porque descobre, tardiamente, o maniqueísmo de tábua rasa de um Governo absolutamente anti-social. Só agora, Igreja? As legislações que nos têm regido (Constituição, Código Penal, Lei de Imprensa) não correspondem a uma visão contemplativa do jornalismo; punem quem prevarica. O Estatuto é um cão-de-guarda.

E o desatino é de tal monta que se chega ao ponto de pedir, encarecidamente, a um Presidente de República, cujo currículo não possui o mais módico vestígio de luta pela liberdade, que vete o Estatuto, cuja natureza agride a expressão do livre pensamento.

(Reprodução via Intervenção Maia e autorizada pelo autor)

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Noite de Fados no Parque Tejo...





Ainda se lembram do "Imperial ao Vivo"? Foi em 96 ou 97 que me perdi num dos mais loucos cartazes de que há memória - Smashing Pumpkins, Skin e Prodigy, tudo junto e ao vivo na alfândega do Porto. Que noites. Uma coisa de outro mundo!!!

Pois é, o cartaz de 7 de Julho de 2007 do Super Bock - Super Rock, juntando a promessa que são os Klaxons, a surpresa (para os mais desatentos) que foram os Magic Numbers e a consagração daquela que é, actualmente, uma das melhores bandas do mundo, os Arcade Fire, não ficou atrás. Longa se tornou a espera.

A época dos festivais já vai a meio. Falta o Sudoeste e Paredes de Coura. O primeiro é sempre muito bom (pelo espaço, pelo cartaz e pelo ambiente). O segundo por ter sempre uma ou duas bandas pouco conhecidas que surpreendem e pelo local.



Ao SBSR nunca tinha ido. O cartaz de Terça (7 de Julho) obrigou-me a rumar a Lisboa.
A noite prometia. Mesmo começando em pleno dia. Não nego que foi estranho ouvir os The Gift com aquela luz muito típica de Lisboa. O concerto nem começou muito bem mas aos poucos a coisa endireitou-se. A banda de Alcobaça cumpriu, sem deslumbrar. Desde o álbum de estreia que não me deslumbram, por sinal.



A seguir, para abrir as hostilidades, com a luz a desaparecer lentamente, surgem os Klaxons. Um concerto poderoso, a deixar no ar a ideia que podem vir a ter um grande futuro. Vamos ver se no próximo trabalho confirmam as nossas suspeitas.

Por esta altura, com a casa ainda dividida entre o meio cheia ou meio vazia, dependendo da perspectiva, começo a reparar nas hordas de pré-adolescentes que circulavam pelo recinto. Não sei se estiveram no anterior festival, em Oeiras, aquele que tinha o Noddy, a Leopoldina e o Bob - O Construtor, mas aparentavam lá ter estado. Será que se enganaram? O seu principal divertimento era conversar, "mensagar" e chatear quem ali foi pela música e não pelo Red Bull. Santa paciência!
Durante o concerto dos The Magic Numbers, cuja maioria das crianças presentes devia pensar que eram amigos da Floribela, era vê-los divididos entre as SMS e os "Olá, estás aqui?" - a típica pergunta idiota que merece uma resposta ainda mais idiota.



Mas vamos ao que interessa, os Magic Numbers. Que concerto! Entrega total, surpresa da banda pela recepção do público que, aos poucos, aderiu em força e se deixou contagiar. Foi mágico. Tão mágico que eles queriam continuar a tocar mas a organização não esteve pelos ajustes.

Aliás, uma palavrinha para a organização: Justo. Tudo estava justo. Os horários estavam a ser cumpridos, o recinto estava limpo, filas para comer ou para a ir ao WC nem vê-las, variedade gastronómica (até comi um crepe, vejam bem) e segurança. Pois. Infelizmente, parecia um festival estilo Mcdonalds. Tudo muito limpo, organizado e rápido mas tremendamente sensaborão. Daquelas coisas que se pode levar a mãezinha. O espírito da coisa ficou em casa ou apenas vai ao sudoeste? Estranho.



A noite já invadira totalmente o recinto quando entraram os Bloc Party. Humm. Esperava mais. A criançada adorou. Muitos deles só lá foram pelos Bloc Party (e pelo Noddy que se baldou). Confesso que não me entusiasmaram. A culpa, se calhar, nem foi deles. Foi dos Magic Numbers que estiveram em grande e os ofuscaram. Provavelmente. Há bandas que precisam de provar em palco as qualidades do seu trabalho de estúdio. Para que não fique a ideia de falso. Vamos dar o benefício da dúvida.



Mas o dia, a noite, era dos Arcade Fire. Durante o final de tarde reparei num grupo de "festivaleiros" com U2 Portugal.com escrito nas t-shirts e nalguns solitários envergando os mesmos U2 nas camisolas. Pois é, quem acompanhou a Vertigo Tour, ficou a conhecer os Arcade Fire e quem os conhece, nunca mais esquece. O aproximar da entrada das estrelas da noite sentia-se na zona dos comes e bebes que, lentamente, ficava às moscas, abandonando a "Big Pita" e a "Atachadinha", tendas de bom comer, para deglutir algo de superior quilate: a boa música. Desculpem lá a interrupção mas tem de ser: fui enganado na barraca dos cachorros. Diziam que eram fantásticos, mágicos e outras coisas que tal. Népia. Um mísero molete daqueles ensacados do Continente, meio adocicado, com uma triste e solitária salsicha. Deve ser essa a psicologia da coisa. Mas vamos ao que interessa.
Que grande concerto! A loucura em palco. Os canadianos deram tudo. Na terceira música já suavam que nem as cascatas do Gerês em pleno inverno. Repito, uma coisa de outro mundo. Assim só me lembro dos Prodigy no Imperial ao Vivo, dos Placebo no Coliseu ou os U2 em Alvalade na Vertigo Tour. Meus amigos, estes Arcade Fire são fogo em palco. Nem tenho palavras para descrever. Fantástico.

Agora, só me apanham no Sudoeste. Na expectativa de gostar mais do que no ano passado que valeu apenas pelo "Final Fantasy", um projecto saído sabem de onde? Do Canadá, via Arcade Fire. Eles andam aí. Ainda bem.

Para terminar, que a prosa já vai longa, um último apontamento sobre as crianças. Durante todo o concerto dos Arcade Fire, três crianças que bebericavam cerveja e Red Bull, conseguiram o fenómeno de não se calarem durante os 75 escassos minutos que durou o concerto. Um deles, com cabelo que não via água há três quinze dias. Só me resta uma mensagem para estes "modeiros": duas nesse, era o que era!

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Arcade Fire, Noddy, Magic Numbers e BOB - O Construtor:





Em breve tudo sobre a melhor noite do cartaz do Super Bock-Super Rock de 2007. Para já ficam as fotos como aperitivo...

domingo, 1 de julho de 2007

Mais vale tarde que nunca!