sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Águas agitadas - 1



A Global Notícias demitiu a direcção do DN e do 24 Horas. A razão é, aparentemente, simples: fracos resultados (em especial no 24 Horas).

Vamos por partes.

O DN está em queda há muito tempo. Sobretudo desde o tempo da direcção de Fernando Lima. Com essa direcção, o DN, passou uma clara imagem de submissão aos interesses do governo da época. Foram várias as saídas, entre elas, a de VPV. O Jornal perdeu imparcialidade e com ela leitores. Eu que me tinha habituado a ler diariamente o DN regressei ao Público. Só após a última remodelação (de direcção e de grafismo) voltei . Considero até que nos últimos tempos o DN estava bem melhor - em termos gráficos, em conteúdos (a , o caderno diário de economia e a NS) melhorando também em termos de Opinião. A capa do passado Domingo e a de Segunda-feira foram excelentes. Ou seja, o DN até estava a melhorar. Agora volta tudo à estaca zero. Para felicidade do Público - a quem saiu a sorte grande!

Quanto ao 24 Horas, confesso que não sei. Não sou cliente e por isso não posso explicar as razões. Talvez o arrefecer do caso "Casa Pia".

O certo é que a Olivedesportos/ Global Notícias teria de efectuar uma revolução no seu portfólio. Aguentar o JN (em queda), o DN (a perder gás para a concorrência mais directa), o 24 Horas, o Jogo (a ter no novo gratuito desportivo um eventual rival) e a TSF (que já não é o que era) não é fácil. Sobretudo com tantos e tantos "emprateleirados" de luxo. Daí esta pequena revolução que só espanta por tardia.

O lançamento por parte da Global Notícias de um diário gratuito é uma boa estratégia. Quem anda no mercado bem sabe que o Metro e o Destak já estão a começar a entrar em agonia. Os resultados não são financeiramente positivos e a audiência já está em queda acentuada. Um novo diário gratuito será, a meu ver, o princípio do fim destes jornais "fast-food". A Global Notícias será quem mais terá a ganhar com o arrebentar desse mercado. Por sua vez, o gratuito desportivo, é um "flop".

Assim, depois do SOL e do novo Público, as águas andam mesmo agitadas nas empresas de comunicação social portuguesas. Com alemães e italianos à espreita.

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